Estilhaços do trauma: Como isso funciona?
Por Admin / março 25, 2025

Fragmentação da Experiência:
O trauma, especialmente quando muito intenso ou repetitivo, fragmenta a memória e a percepção. As lembranças do evento não são armazenadas de forma ajustada e podem surgir em pedaços – flashes, sensações ou emoções – que invadem a consciência da pessoa em momentos inesperados. São “estilhaços” que continuam a machucar, impedindo que o passado fique, de fato, no passado. Essa desorganização interna pode afetar a maneira como a pessoa enxerga a si mesma, os outros e o mundo ao seu redor, gerando insegurança, desconfiança e medo constante.
Dores Persistentes:
Assim como estilhaços físicos que causam dor sempre que se movem, os “estilhaços” emocionais do trauma se manifestam em gatilhos que reativam a dor original. Situações, palavras ou sons específicos podem “mexer” nesses estilhaços, provocando uma resposta intensa e desproporcional, como se o trauma estivesse ocorrendo novamente. Essa reativação constante pode impactar diretamente nas relações interpessoais, na autoestima e até mesmo nas funções do dia a dia, como dormir, se concentrar ou tomar decisões simples.
Dificuldade em Remover os Estilhaços:
Tratar traumas pode ser tão delicado quanto remover estilhaços alojados profundamente no corpo. Requer tempo, paciência e métodos específicos para acessar e processar essas memórias e emoções fragmentadas. Nem sempre é possível fazer isso sozinho — muitas vezes, a dor é tão profunda ou confusa que precisa ser acolhida e reorganizada com o apoio de alguém que saiba como navegar por esse território interno.
Integração e Cura:
A boa notícia é que os estilhaços não precisam permanecer ali para sempre. Com a ajuda de profissionais especializados — como psicólogos, terapeutas ou psiquiatras — é possível reconstruir a narrativa interna, ressignificar experiências e dar novos sentidos à dor. A cura não é apagar o que aconteceu, mas transformar a forma como isso vive dentro de você.
🌱 Busque por ajuda especializada. Você não está sozinho(a) — e não precisa passar por isso sem apoio.