A Voz do Luto: Respeitando a Dor e a História das Mães enlutadas.
Por Admin / março 25, 2025

Explicitar as especificidades do luto não significa torná-las patológicas, mas sim, destacar o lugar que cabe à cada experiência ali presente
O papel da rede de apoio em relação a mãe enlutada nem sempre produz o efeito de acolhimento desejado pelos mais próximos. Não se sabe ao certo como acolher uma mãe ou alguém enlutado, não se tem palavras que possam amenizar ou explicar tamanha dor. E nessa busca por acolher, o mais aconselhável é ouvir sem questionar. Nem todos conseguem estar diante da dor da mãe, as vezes nem os próprios familiares conseguem. É importante oferecer amparo para os desejos e necessidades expressos pela mãe (sem julgamentos).
A mãe quer apenas compreender a confusão de seus pensamentos e sentimentos, e receber mais perguntas ou conselhos pode trazer mais confusão para suas emoções. Ela está em meio aos próprios questionamentos, buscando os sentidos das palavras, dos acontecimentos e da própria vida.
O tempo para quem não vive o luto é muito diferente do tempo de quem vive o luto. O luto das mães é uma caminhada diária e solitária na busca pela paz diante da perda.
A sociedade impõe tempo e limites para nossas dores, não se permite tristeza ou expressões da dor, se isso acontece muitas vezes é visto como um “desequilíbrio”. Na maioria das vezes a própria família quer retirar a mãe de seu sofrimento, sem compreender que a vivência do luto agora faz parte da história da mãe, onde ela e seu filho/a não se separam.
A dor só poderá ser suportada se sobre essa dor puder ser contada uma história, portanto, é preciso dar espaço para que a mãe conte sua história. Quando você ouve a história de uma mãe percebera que existe muito amor em cada palavra e também nas lagrimas de saudade.
E quando não permitimos a expressão da dor ou quando tentamos retirar a mãe dessa dor estamos violentando seus sentimentos e sua história, trazendo a sensação de que a mãe está “errada”. A dor de perder um filho é considerada a dor mais profunda e difícil que se pode experienciar, modificando o modo de ver e agir no mundo.
Na tentativa de recriar esse mundo alterado é que procuramos subsídios dentro de nós mesmos, dentro daquilo que conhecemos, porém não há histórico que possa dar conta dessa nova situação, no caso das mães, em muitos momentos, fazendo com que acreditem estar loucas ou não estar vivendo seu luto de maneira correta.
Mas, o que é certo no luto?
Explicitar as especificidades do luto não significa torná-las patológicas, mas sim, destacar o lugar que cabe à cada experiência ali presente. O papel da rede de apoio em relação a mãe enlutada, ou mesmo qualquer pessoa enlutada, nem sempre produz o efeito de acolhimento desejado pelos mais próximos. Estar presente sem questionamentos e principalmente sem cobranças é essencial.
A dor quer apenas espaço, é preciso se expandir para caber…
Na tentativa de recriar seu mundo alterado é que o sujeito procura subsídios dentro de si, dentro daquilo que conhece, porém não há histórico que possa dar conta dessa nova situação, no caso das mães, fazendo com que acreditem estar loucas ou não estar vivendo seu luto de maneira correta.
O estresse pós-traumático é parte das reações ao luto, podendo ser descrito como um choque. O trauma causado pelo luto traz desconfortos que podem alterar as funções de todo organismo, podendo levar a distúrbios psiquiátricos funcionais
A dor de perder um filho é considerada a dor mais profunda e difícil que o sujeito pode experienciar, modificando seu modo de ver e agir no mundo. O processo de enfrentamento ao luto, não é apenas uma questão de classificar informação, sendo necessário o reconhecimento da totalidade de ser mãe
A perda do filho(a) é um acontecimento que muda a vida, modificando a forma da mãe enxergar o mundo, a família e a si mesma, podendo levar a graves consequências para sua saúde física e psicológica transformando essa caminhada em jornada diária, pois envolve muitas outras perdas.
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